A primeira coisa que vem à cabeça quando falamos em Doença de Parkinson é o tremor das mãos. Mas esse não é o único sintoma. Aliás, os tremores também não são exclusividade da Doença de Parkinson 

Os primeiros sintomas podem ser leves e passar despercebidos, variando de um paciente para o outro. Inicialmente, é comum que eles se manifestem em um lado do corpo, com a diminuição da amplitude de movimentos e locomoção, tremores, rigidez muscular e até alterações na fala. Esses são os sintomas motores, que influenciam diretamente nas atividades cotidianas, como se alimentar e abotoar camisas.

A Doença de Parkinson é difícil de diagnosticar porque não existem testes específicos para confirmá-la e o médico, geralmente um neurologista, depende de várias maneiras de avaliar o quadro. Os sintomas de Parkinson também se sobrepõem aos de outras doenças neurodegenerativas, o que torna o diagnóstico ainda mais complicado. 

Atuação interdisciplinar na jornada do paciente com Doença de Parkinson

Por isso, é importante que haja uma interação ativa e participativa entre as disciplinas médicas que tenham relação com a Doença de Parkinson. Além de médicos neurologistas, recomenda-se consultar outros especialistas como um gastroenterologista ou até um coloproctologista e profissionais que tenham familiaridade com as características da Doença de Parkinson. 

Sintomas não motores, como perda de olfato, transtornos do sono e dores aleatórias também são comuns. Quadros de ansiedade ou depressão devem ser cuidadosamente observados. Os sintomas e condições da doença são o que definirão os profissionais necessários para um tratamento que proporcione melhor qualidade de vida ao paciente.

Um Fonoaudiólogo também é essencial para o tratamento do quadro, já que o profissional auxilia no controle das alterações da fala e dificuldades de deglutição, evitando até mesmo o engasgo do indivíduo. Fisioterapeutas e a prática de atividades físicas regulares também são cruciais para o bem estar do paciente. 

A terapia ocupacional também é de grande importância para o tratamento de sintomas não motores, como ansiedade ou depressão. O terapeuta ocupacional tem como objetivo prevenir e reduzir perdas funcionais e quadros de dependência, utilizando basicamente de dispositivos tecnológicos, mudanças ambientais e técnicas adaptadas; e suas intervenções incluem ações que exercitam a coordenação motora, a função manual, a estimulação cognitiva, técnicas de relaxamento e respiração, atividades compensatórias e adaptações ambientais, com intervenções voltadas para capacidades remanescentes, tornando-se essencial o apoio psicológico ao paciente.

A participação de outras especialidades, em um tratamento interdisciplinar, confere uma cobertura maior durante a jornada deste paciente, com o apoio e suporte necessários em todas as áreas.

O Movimento ParkinsON busca unir todas essas pontas, conectando os profissionais de saúde das mais diversas áreas, pacientes, familiares e redes de apoio com um objetivo em comum: a busca por mais qualidade de vida e bem-estar a todos os que convivem com a Doença de Parkinson. 

Referências:

1. QAMAR Mubasher, HARINGTON Grace , TRUMP Sally, JOHNSON Julia, ROBERTS Fiona, FROST Emily. Multidisciplinary Care in Parkinson's Disease Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28554420/ Acesso em: 13/04/2022
2. DA SILVA, Thaiane Pereira, DE CARVALHO, Claudia Reinoso Araujo. Doença de Parkinson: o tratamento terapêutico ocupacional na perspectiva dos profissionais e dos idosos Disponível em: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2526-89102019000200331&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 13/04/2022