Sinais da Doença de Parkinson: Distúrbios do sono
Os distúrbios do sono são as complicações não motoras mais comuns em pacientes portadores da Doença de Parkinson, atingindo entre 60 a 98% das pessoas diagnosticadas. Os distúrbios noturnos e a sonolência diurna costumam ser frequentes e, com o avanço da doença, os impactos no sono são agravados.
O sono é uma atividade importante para a manutenção do nosso bem-estar físico e mental. Ele possui uma função reparadora de nosso corpo e mente. Quando ocorre a privação desse descanso, diferentes processos metabólicos e inflamatórios são desencadeados, gerando impactos negativos à saúde. Pacientes com Doença de Parkinson costumam relatar um despertar frequente durante a noite, que fragmenta as horas de sono e impede um descanso adequado, mesmo com o uso de medicações para dormir.
As causas para essa interrupção do sono variam. Podem ocorrer devido a coexistência de apneia do sono, movimentos involuntários durante o sono ou a presença dos sintomas característicos da Doença de Parkinson, como tremores e rigidez muscular. Em alguns casos, a interrupção noturna pode ser tão frequente que o portador da doença, após acordar, não consegue voltar a dormir - causando insônia.
O cansaço excessivo e a sonolência durante o dia levam a uma situação de estresse que consequentemente pode contribuir para o agravamento dos sintomas da Doença de Parkinson. A produção de dopamina, um neurotransmissor importante para o controle muscular, também é afetada por nossas horas de sono.
Fique atento às suas noites de sono
É importante estar atento se alterações no sono estão presentes. Cuidadores e profissionais da saúde devem investigar pontos chaves na rotina do paciente:
- "Há dificuldade para começar a dormir?”;
- "O sono ocorre sem interrupções ou o paciente fica acordando?”;
- “Depois de acordar é difícil dormir novamente?”;
- “Há sonolência durante o dia?”.
São algumas perguntas que podem ser feitas para ajudar no diagnóstico do distúrbio.
Alguns medicamentos influenciam na qualidade do sono do paciente com Doença de Parkinson. Por isso, é importante avaliar e observar as recomendações caso a caso. É comprovado que doses baixas de alguns medicamentos podem contribuir para a melhora da noite de sono do paciente. Em alguns casos, dependendo do quadro, e do medicamento, quando há a necessidade de doses mais altas durante o tratamento, pacientes queixam-se de insônia. Por isso, é importante que o acompanhamento médico seja constante e bem próximo, para ajustar as medicações sempre que necessário, encontrando a melhor opção para cada paciente.
Como os distúrbios do sono são sintomas frequentes em diferentes quadros clínicos, a consulta médica é importante para avaliar a causa real desse transtorno e propor um tratamento correto. O acompanhamento médico e o tratamento da Doença de Parkinson permitem aliviar os sintomas e estimular um controle efetivo dos músculos, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Referências:
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- Schrempf, W., Brandt, M. D., Storch, A., & Reichmann, H. Sleep Disorders in Parkinson’s Disease. Journal of Parkinson’s Disease, vol. 4, n. 2, pp. 211–221, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.3233/jpd-130301
Por: Movimento
Parkinson